Conselho de Segurança Histórico encerra agenda com primor

Debate foi levemente acalorado em alguns momentos, mas não impediu que os delegados do comitê encerrassem os planos de trabalho a tempo

08 de abril de 1994

Beatriz Inati e Clarissa Palácio - CSH - 5ª sessão

Durante o dia de domingo, 08, o Comitê de Segurança Histórico encerrou suas sessões, ao concluírem os planos de trabalho propostos durante o final de semana. Ao longo da manhã, as delegações discutiram a criação de bases militares, a divisão territorial e as zonas de paz a serem criadas na região da Bósnia e Herzegovina. Durante o debate, houve também um memorando, por parte das delegadas dos Estados Unidos e Rússia, ao período da Guerra Fria. Durante a decisão de quais países contribuíram para as bases militares, as delegadas e seus aliados acusaram umas às outras de diversos crimes, como por exemplo o apoio estadunidense à ditaduras latino-americanas. “Os Estados Unidos não conseguem se calar frente a falácias e acusações covardes de outras delegações”, declarou a delegada americana em resposta às alegações relacionadas ao imperialismo norte-americano.

Por fim, o comitê, em meio a grande bipolaridade e conflito entre os delegados, foi capaz de elaborar uma proposta de resolução completa para o conflito na Bósnia. Embora as delegações, por vezes, se encontrassem estagnadas, voltando a temas como a Primeira e Segunda Guerra Mundial e retomando diversas vezes o tópico da territorialidade, o comitê foi capaz de redigir uma resolução antes do programado. Entre os temas presentes no documento oficial que visa solucionar o conflito bósnio destacam-se: a criação de uma zona de contenção em Sarajevo com tropas pacificadoras de países imparciais; a retirada imediata das tropas da República Srpska, do Exército do Povo Iugoslavo e da OTAN de Sarajevo; a oficialização de um cessar-fogo entre Sérvia e Bósnia; fim do embargo imposto sobre a região da Bósnia e Iugoslávia; e, principalmente, a unificação do território bósnio sob soberania bósnia.